sábado, 12 de março de 2011

Luz da madrugada



Há coisas que não se explicam, não se entendem, simplesmente porque não é mesmo suposto entender ou compreender. 

Há Vidas que de tão sofridas e tão magoadas deixaram de acreditar, deixaram de crer no que existe mais para alem da dor, do sofrimento, da incompreensão. 

Até ontem eu pensava que a minha vida era um mar de descredito e incompreensão. 

Até ontem acreditava que poucas, ou nenhuma, das pessoas com quem falo, entenderia na verdade o que sinto e penso em relação a tantas situações ja vividas e sofridas porque, apesar de, tambem já terem a sua cota parte de sofrimentos próprios, nunca tinham passado pelo que passei nem sabiam na realidade como me sentia por dentro. 

Até ontem ... 
É intrigante e fico perplexo como o mundo pode ser tão pequeno. 
Vidas que a papel quimico são tiradas. 
Tão distantes e tão diferentes mas tão proximas pelos sentimentos e coincidencias do sofrimento. 
Sem pudores e sem falsos moralismos, abertamente, verdadeiramente nunca a vida e os sentimentos tiveram uma conversa tão sincera. 
Ontem a vida foi justa. 
Ontem a leveza do ser incompreendido e só tornou-se obsoleta. 
O dia nasceu e nasceu com uma sensação de alivio...de paz. 
O sol hoje não brilha. 
A luz que na madrugada brilhou ilumina uma vida. 
E perdura. 
Ainda.


2 comentários:

Anónimo disse...

Até ontem...aberta a caixa de pandora...peço-te que escrevas o meu silêncio, pois os meus olhos não permitem.

Ísis disse...

Fico contente por saber que a madrugada também te trouxe algum alento. Espero que perdure por muito tempo, porque mereces! Bjo