quarta-feira, 13 de julho de 2011

Um pequeno desabafo....














Muitas vezes venho aqui escrever com um sentimento de egoísmo.
Sinto-me egoísta ao só vir aqui para me queixar.
Mas a verdade é que é aqui que desabafo.
É aqui o meu confessionário.
É aqui o meu pequeno mundo....aquele onde só eu estou e só para mim falo sem medos e sem pensar que serei recriminado pelo que escrevo, penso ou sinto.
Hoje num dia extremamente atípico chego aqui em baixa forma comigo mesmo.
Há certas coisas que me enervam solenemente.
Tiram-me do sério como se um vulcão irrompesse de dentro de mim e me toldasse as boas maneiras e bons modos.
Toda a gente que me conhece sabe que não sou um exemplo de simpatia no olhar ou no trato.
Sou rude e carrancudo.
Ando sempre maldisposto.
É a minha maior defesa, o meu muro mais alto, o meu refugio.
Escondo-me atrás disso para que não vejam a minha fragilidade.
Mas voltando ao meu dia....
Fico possesso quando estou a fazer alguma coisa e não estou a conseguir atinar com a solução para realizar esta ou aquela tarefa e me tentam tirar o que estou a fazer das mãos!
Porque sou persistente e obstinado não admito que mo façam!
Fico mais do que possesso...Fico com um sentimento de impotência permanente.
Porque gosto de ir ao fundo do que quero fazer.
Gosto de começar, descobrir, solucionar e acabar.
Mesmo que não saiba o que estou a fazer, ou que,nunca tenha feito determinada tarefa gosto de fazer para aprender.
Agora quando me tiram o pão da boca....cai o Carmo e a Trindade!!!!
Sou pior que um burro teimoso quando finca o pé e não quer andar!!!
Hoje fizeram-me isso e mais algumas coisas que não gostei mesmo nada....em suma...um diazinho de cão para variar....
E escondo-me....escondo-me nesta capa de má disposição permanente.
Mas o pior não é bem isso.
O pior é que no pico da raiva e da confusão acabei a descarregar em quem não merecia e em quem nada tinha a ver com o meu dia de trabalho...
E depois senti-me extremamente mal...
E vem aquele sentimento de inutilidade e auto-comiseração de que só fazemos asneiras e merda....sim é essa a melhor palavra....
Mas sou assim....muitas vezes disfarço e digo que está tudo bem quando não está.
E venho aqui ao meu cantinho escrever.
Venho aqui deixar as palavras ao vento que muitos lerão e amanha não se lembrarão mais....
Deixo aqui pedaços de angustias e dissabores porque, no meu mundo, neste pequeno grande mundo que é a minha cabecinha complicada, nem sempre existe um muro tão alto para transpor....
Basta um olhar para me perceberem....uma frase....
Não sou assim tão complicado e tão exigente como aparento...
Sou frágil.
Sou tão frágil que basta uma palavra para acabar com este meu mundinho interior e fazê-lo desabar como um castelo de cartas.
O meu mundo está tão fechado e tão escondido dos outros que começo a sentir-me perdido dentro dele.
Começo a acreditar que ninguém nunca me vai entender tão profundamente que sem eu precisar falar saberão tudo o que vai cá dentro....
Resta-me a esperança e o tempo.
Para que de algum modo eu seja entendido e decifrado profundamente.
Não....este escrito não é um recado a ninguém nem tão pouco uma mensagem de alerta....é apenas aquilo para que estas linhas servem....
Perdoem este egoísmo meu mas é apenas, e só,
Um pequeno desabafo.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Tormentos

Sou assim...
Não sei se sempre ou se por força de tantas circunstancias que agora não importam nada.
Ou não....
Na verdade sou assim á pouco tempo.
Admito.
Mas não chega admitir um erro, um defeito, se não soubermos mudá-lo, toldá-lo, atenuá-lo.
É um erro pensar que não importa, que conseguimos que esse defeito não se vai ver porque pensamos que o conseguimos esconder.
Mas eu nunca consegui esconder os meus defeitos...
Talvez porque nunca fiz um esforço para isso...
Não escondo o que sou e o que penso.
Tenho de aprender muito ainda.
A minha auto-estima enganou-me.
Enganei-me a mim próprio ao pensar que a minha auto-estima estava no bom caminho.
Estou inseguro e sinto que isso me está a prejudicar e a prejudicar quem eu amo.
Minto.
Sempre fui inseguro depois que a minha vida tomou rumos que me deitaram na merda.
É algo que, infelizmente, não tenho conseguido controlar e não tenho sido capaz de gerir.
Sei que estou a ser amado como nunca fui e mesmo assim esta falta de confiança em mim próprio não me deixa acreditar a fundo que serei feliz.
É uma dor, uma desconfiança, um tormento causado por mim próprio...infligido por mim a mim.
Tenho de acreditar mais.
Tenho de amadurecer mais.
Tenho de ser melhor pessoa aos meus olhos se quero ser feliz e fazer feliz.
Hoje estou assim.
Ou será que sempre fui assim?
 

domingo, 3 de julho de 2011

Pontos de viragem

Novos ciclos.
A vida é imprevista.
Perturbadoramente e inesperadamente uma caixinha de surpresas.
Num ponto de viragem que nunca esperei mudei tudo.
Aposto numa alteração brutal por amor e por carinho que nunca, até hoje, tinha recebido de maneira tão intensa e tão sincera.
Mergulho....Entro a pés juntos, de cabeça, o que seja....
Como se á beira de um penhasco com o oceano pela frente e naquele impasse de mergulhar de cabeça sem saber o que me espera lá em baixo na agua, eu atiro-me de corpo e alma.
Numa reviravolta improvável de acontecer, fecho um ciclo, renovo-me e mudo a maneira de viver nesta vida.
Fecho a porta da solidão e abro a janela do amor e da compreensão. 
Quem me conhece e, atentamente, conhece o que me vai dentro do peito sabe que nunca o faria se não tivesse uma certeza mais do que certa em relação ao passo que tomei.
Sou indeciso por natureza e inseguro pela vida e por tudo o que passei.
Meço todas as atitudes que tomo racionalmente e ponderadamente sobre a minha vida.
Quem me conhece bem e me lê sabe disso....
Mas hoje...
Hoje fecho um ciclo.
Dentro de mim abandono a solidão que me fazia chorar todas as noites um pouco por dentro e me matava aos poucos o que ainda restava de sentimentos.
Dentro de mim afasto a frieza que começava a ganhar ao calor do carinho e do abraço sentido para amar sem medidas e sem medos.
Parei.
E quando parei encontrei...
Fui encontrado.
Resgatado do abismo.
Alguem que me puxou lá do fundo pelos dedos....já não havia espaço para agarrar a mão...
Restavam apenas fragmentos do que eu era....
Mas ainda existe muito por fazer.
Tenho de abandonar a desconfiança de que posso me magoar novamente.
Há que deixar correr o tempo...Ainda estou no ar....atirei-me e ainda estou a voar rumo á agua lá em baixo....
A adrenalina do voo não me deixa antever o que está por baixo da agua....é um jogo em pleno voo que é jogado intensamente e muito rapidamente.
Vou mergulhar ainda mais fundo neste amor ou baterei numa rocha dissimulada pela agua?
Não sei...
Aceito a aposta deste jogo em que as hipóteses de ganhar são imensamente maiores do que as hipóteses de perder.
Confio no salto que dei.
Confio em ti meu amor.
E nestes pontos de viragem sigo contigo.
Estou ao teu lado...finalmente juntos porque o que nos une não se explica.
Nestes pontos de viragem pertenço-te e tu a mim.