quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Matar a Saudade

Balanço de vida. 
Porque será que fazemos sempre um balanço de vida quando um novo ano entra? 
Talvez porque até mesmo para nós prórios somos um pouco hipocritas por vezes. 
Dizemos que vamos mudar isto e aquilo e nunca o fazemos.... os dias passam e quando damos conta nao fizemos rigorosamente nada daquilo que ambicionamos no inicio do ano... 
Talvez porque gostamos de rever aqueles momentos que nos marcaram. 
Mas...para que fazer um balanço de vida se a vida ainda nao acabou? 
Não fazendo um balanço mas relembrando dou por mim a ler os meus blogs e a pensar... 
Como a minha vida pode mudar tanto e de tão variadas formas entre o ultimo dia de 2009 e os ultimos dias de 2010. 
Vivi vertiginosamente este ano...que absurdo pensar ou sequer acreditar que nada se passou. 
Esgotei-me quase até ao limite fisicamente. 
Cometi erros atras de erros. 
Tive alegrias que nunca pensei voltar a ter. 
Desilusoes e reencontros, comigo proprio, com pessoas... 
Recordo os dias e emoçoes que me levaram a escrever...o que senti.. o que dei a sentir, o que escondi ou nao partilhei. 
Este é o meu cantinho...o meu refugio. 
Nele depositei carinhos, amizades, sofrimentos, tristezas, alegrias. 
Nele revejo-me constantemente... 
Revejo todo o meu ano em perspectiva escrita. 
Aprecio-me. 
Estou exposto em cada linha que escrevo. 
Ecoa na minha mente a frase: "para mais tarde recordar..." . 
Não será bem recordar, será mais avaliar... 
Avaliar onde errei, onde fui feliz, procurar no passado a melhor maneira de ser feliz, de me ver realizado no futuro. 
Tenho em mim algo... 
Nao sei explicar...as palavras nao surgem nesta mente limitada.. 
Saudades. 
Saudades do que quero ter. 
Sonhos que já nao tenho á muito tempo mas quero voltar a ter. 
A ansia de voltar a sonhar alto...tenho saudades disso mesmo. 
Num balanço de vida imperfeito pois estou vivo ainda, vejo que prometi a mim mesmo, um dia ser grande. 
Talvez e só para mim proprio mas seria grande. 
Vou voltar a sonhar com isso. 
Vou concretizar esse sonho no proximo ano. 
Vou matar a saudade. 





domingo, 26 de dezembro de 2010

Gift

Sometimes.... 

Sometimes life gives us a presente out of time. 

Sometimes life gets on the way and changes everything. 

When you dont expect a thing...it comes. 
Strong. 
Lovely. 
Tenderly. 
Today life gave a gift. 
Today life gave me a gift. 
Your sence, your hug, your kiss... 
The way you looked at me made me tremble inside... 
Your wisper in my ear made me feel like i could do anything! 
And i miss you. 
I miss you too much. 
Come back to me. 
Say you love me. 

Because i love the way you love me.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

4 Paredes

Porque pedimos perdão?
Porque falhamos.
Custa admitir, mas é a verdade.
Por vezes com consequencias que nos matam por dentro.
E são consequencias que nos tiram o chão,
Que nos fazem cair sem rede.
Sofrer
É fácil dizer que não somos os únicos culpados...
Mas quando, lá no fundo, sabemos que errámos...
Aí custa mais a perda, custa mais a dor, custa mais a solidão.
A cobardia é um acto fácil.
A coragem não tem preço e não tem sentimento.
Sinto-me como se estivesse dentro de um poço...
Por dentro grito e esperneio num incessante pedido de auto-ajuda que teimo em não dar.
Caí lá dentro e não sei como sair.
Todos os dias enfrento-me e digo que é o ultimo dia.
Todos os dias me perco em mil pensamentos.
Não durmo.
Á noite vem o desassossego e a solidão.
O meu poço fica mais fundo e escuro com o anoitecer.
Quatro paredes que me engolem na penumbra e me devoram.
Talvez precise admitir que não consigo sair.
Talvez precise entender que não vou a lado nenhum assim.
A minha cobardia é não querer admitir que não posso continuar.
Que não posso olhar para trás.
Que tenho medo. 
Medo de voltar a amar.
É mais fácil ser cobarde e não enfrentar.
Enfrento todos os dias a minha cobardia e todos os dias são intermináveis batalhas dentro de mim.
Mas a solidão de não ter alia-se á cobardia.
E ao fim do dia nestas quatro paredes perco a batalha de uma guerra que eu não queria.
Hoje....
Hoje é só mais uma.
Uma batalha não faz uma guerra.
Não a ganha....
Mas também não está perdida.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Efémero

Porque não é fácil escrever o que nos vai na mente por vezes...
Porque não é fácil dizer o mais correcto...
Porque os pensamentos passam a uma velocidade estonteante na minha cabeça...
E porque eu não paro ...
Simplesmente não paro.
Queria parar.
Por um momento, por um segundo, por uma vida....
Surgem faces e memorias em cada pensamento
O abraço
O sorrir 
O beijar
Eternamente me recordarei de tudo com que a vida me presenteou e retirou.
Eternamente ficarei nesta dormência absoluta por algo que não tive ou não quis ter.
Carregarei este fardo por um momento
O momento de um pensamento
As musicas, imagens, acontecimentos
O toque, o sabor, o calor
Um olhar, um sinal
Por mais ténue que tenham sido estes sinais que toda uma vida envolveram
E todo um coração despedaçaram
Tudo gravado ficou em toda uma altura 
Que nunca precisei encontrar a tempo
Mas que fugaz fugiu 
Mas que solidão deixou
Neste escrito amargura que transparece 
Numa escrita melancólica e tácita que nunca me abandonou 
Desde que amo a produção da minha mente 
Efémero o sentimento 
Permanente o recordar 
Da vida que me escorre pelas mãos como grãos da mais fina areia 
Vida que não controlo e que não consigo dominar em acontecimentos 
Efémero
Serei eu efémero no coração alheio?
Serei eu efémero no teu coração?
Respostas pertinentes 
Que nunca respondidas serão 
Mas que para sempre saberei 
Como ecoam dentro da tua razão.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Base e Alegria

Ao longo destes ultimos tempos tenho sido chato...Impossivel de aturar no minimo.
Tenho sofrido pela falta de um alguem que não interessa agora falar e que, a bom porto e sendo verdadeiro estou a ultrapassar numa nova fase.
Não é por isso que escrevo hoje.
E hoje escrevo com os pés mais assentes na terra fresca da realidade.
A mesma força que tenho nas palavras continua, continuará sempre que escrevo e acredito que nem sempre é fácil entender-me e perceber-me.
Mas quero entender como é possível que certas pessoas vivam mentiras absolutas e durmam bem consigo próprias à noite.
No fundo a questão que coloco é: Será que acreditam mesmo que vão conseguir encontrar o que procuram com uma perfeição tal e extrema que de tão imaculados que são ate fazem doer as vistas com tanto brilho?
Não consigo entender esta parte de alguns seres chamados de humanos.
E tenho pena.
(Sim...sei que a pena está mais presente no ser galináceo!)
Tenho pena porque acredito, pela lógica, que as máscaras criadas desfazem-se mais cedo ou mais tarde, exactamente por terem sido "criadas", "fabricadas", "alimentadas" e "incentivadas" por uma personalidade fraca e inútil para esconder o seu próprio erro, a sua própria fragilidade.
O que quero dizer com isto?
Que vivemos rodeados de coisas boas e más e aquelas assim-assim.
Refiro-me claro ás pessoas.
E o que caracteriza uma pessoa assim-assim?
Uma pessoa assim-assim, a meu ver, na minha opinião (enfâse em que é a minha OPINIÃO), é aquela pessoa que vive iludida consigo própria.
É aquela pessoa que acha que a sua vidinha cravejada por aparências e enganos dissimulados é perfeita.
É aquela pessoa que todos que a conhecem são capazes de colocar a mão no fogo em qualquer circunstancia porque aquilo que ela demonstra aos outros não é aquilo que realmente é.
É aquela pessoa que experimenta um sem fim de hipóteses na sua luta em desespero por uma alma perfeita mas que nunca encontra porque sempre existe algo que não é perfeito, sempre existe um defeito.
É aquela pessoa que infelizmente é triste por dentro.
Mas não uma tristeza de dor e falta de amor, antes uma tristeza profunda e latente que bem lá no fundo mora abafada por toneladas de "base" e "alegria" q.b. para que não se note.
É a(o) melhor amiga(o) de toda a gente e mais alguem mas no fundo está sozinha na vida, no seu quarto, na sua casa à noite numa solidão interminável pois tudo aquilo que constrói com sorrisos e palavras de carinho falsas acaba a destruir pouco tempo depois com frieza e distancia.
É triste....
O pior de tudo para mim até nem são as coisas descritas acima.
O pior de tudo é que estas pessoas conseguem (algumas) criar tão bem, mas tão bem o seu pequeno mundo particular, o seu teatro está tão bem ensaiado e coreografado que são capazes de vive-lo anos e anos a fio ao ponto de acreditarem com tanta convicção e tão intrinsecamente que são felizes assim que nesse seu mundo, para elas, nada pode dar errado.
Que não existe, nem pode existir, imperfeição.
Mas quando um dia a ficha cair, e a cabeça bater na parede vão perceber que nesta vida, ou noutra qualquer, a vida é imperfeita.
Não existem amores perfeitos.
Não existem vidas perfeitas.
Não existem corpos perfeitos.
Não existem Almas perfeitas.
Aprendam...nada nesta vida é perfeito.
E enquanto não conseguirem perceber isso....podem viver toda uma vida fútil e inútil sem se darem conta de que o que fazem influencia directamente e exclusivamente a quem magoam com suas atitudes e enganos.
Hoje escrevo um pouco mais severamente e quiçá um pouco agreste.
Não escrevo para ninguem em especial embora saiba que em algum momento alguem se vai rever nestas palavras e se vai sentir terrivelmente ofendida(o).
Temos pena.
A carapuça há-de servir a quem a quiser usar.
A mim ninguem me pode amordaçar.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Constantemente

Penso em ti. 
Constantemente. 
Entraste no meu pensamento e na minha vida de rompante e com uma força avassaladora. 
E sinto a tua falta... sinto-te dentro de mim. 
Por mais que eu queira dizer que não, a cada dia que passa mais sinto a tua falta. 
O teu beijo suave e terno elaborado por uma boca suave e carinhosa. 
O teu olhar directo e sensivel. 
As tuas mãos com um toque sentido e caloroso. 
O teu sorriso... O teu sorriso é algo de fenomenal e arrasador... 
Não consigo descrever tantas outras coisas em que sinto a tua falta...são tantas.... 
E tenho saudades..... 



quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Segundo 34...

Permaneço na noite. 
Divago em mil pensamentos e o sono nao chega para me atordoar, me acorrentar ao descanso. 
Perduro. 
Lembro. 
Perco-me em afinidades com o meu interior. 
Carregado. Pesado. 
Até onde quero ir? 
Ecos de perguntas antes feitas e não respondidas ecoam no peito 
Os olhos pesam-me a alma e escurecem-se a cada bater do coração. 
Sonho em ter, sentir, viver... 
Sonho acordado, sonho iluminado, estou acordado. 
Até onde posso ir? 
Queria ter simplesmente uma vida, uma outra vida... Simples. 
Queria, Quero, Preciso! 
Palavras que o meu vocabulário não entende e não assimila. 
Escrevo sem fazer sentido até mesmo para mim próprio... 
Surpreendo-me ao pensar que nem sei porque escrevo no alvor da madrugada...Porque não estou acorrentado ao sossego e descanso do meu leito. 
Pobre iletrado que soletra palavras que a sua alma despeja e expulsa pelos dedos num qualquer teclado... 
Olho o relógio...Vejo ponteiros que se movem compassados e que me mostram os segundos de um passado e de um futuro. 
Não existe o presente neste momento. 
Ele passa à velocidade de um segundo. 
O segundo 34 de uma determinada hora marca o ponto final. 
O meu leito torna-se impaciente e grita pelo meu corpo cansado. 
Acedo ao seu desejo. 
E vou. 

Ponto.


domingo, 28 de novembro de 2010

Ganas!

O que fica depois de tudo não ter sido o esperado? 
A realidade. 
A realidade abre-nos os olhos para a vida. 
Mostra-nos que no fundo aquele vicio de querer amar alguem afinal tinha cura. 
Ensina-nos a olhar para os lados e a nao ser-mos como os cavalos domados que usam palas e só vêem um caminho, uma saída. 
E aprendemos. 
Aprendemos a ser como o cavalo selvagem que escolhe o seu caminho e a sua direcção, correndo livre e solto, com prazer, alegria e vontade de correr cada vez mais veloz. 
A realidade serve para assentarmos os pés no chão e não ficarmos absortos e inúteis. 
Vemos que as pessoas conseguem ser tudo aquilo que pensávamos que não seriam, que fazem coisas que, quando um dia caírem na realidade, quando derem conta, tomam a percepção que mesmo acompanhadas estarão sozinhas. 
Eu por vezes também caio. 
Por vezes não...muitas vezes caio. 
Mas continuo a levantar-me. 
Recuso-me a cair eternamente e sem sentido. 
Recuso-me a ficar parado a olhar para o mesmo e sem sentido. 
Recupero os sentido apurados, desta vez, mais uma vez, mais aguçados que antes. 
Recupero o meu coração e conquisto-o de volta para dentro do meu peito, recupero a minha alma com luta e devoção para que jamais me volte a abandonar. 
Talvez seja do nome.... 
Engraçado porque nunca me identifiquei muito com o nome Guerreiro.... 
Mas quando olho para trás e vejo tudo o que me fez cair e levantar começo a acreditar que poderá ser do nome.... Não sei... 
Eu sei....Eu sei.... 
Voltarei a quebrar todas as regras e voltarei a ficar vulnerável... 
Voltarei a entregar o meu coração de bandeja a alguém um dia... 
Voltarei a acreditar cegamente e piamente... 
Quem sabe se até mesmo voltarei a ser decepcionado e voltarei a ficar amargurado mas não interessa nada, isso não interessa mesmo nada! 
Tiro uma lição valiosa da minha vida quando a vejo em retrospectiva diante dos meus olhos .... 
Eu posso cair, vou cair, mas sou um osso bem duro de roer.... 
Hão-de partir os dentes todos para me roer em condições!!! 
E quando ficar novamente fraco, voltarei a olhar para dentro de mim e perceberei que tenho de me levantar novamente, e novamente, e mais uma vez, e outra, e mais uma outra vez! 
Mas não será isso que é viver? 
Não sou nada de especial...Sou como tantos de nós que na sua vulgaridade vive intensamente tudo o que lhe passa pelas mãos, pela vida, pelo coração... 
Consigo passar despercebido pela multidão e isso é bom. 
Sei que, pelo menos para mim, sou especial, tenho algo dentro de mim que me faz viver! 
Volto a viver com tantas ganas que até dói! 
Sinto que tudo posso neste momento, no meu anonimato por entre a multidão, por entre vidas e vidas... 
E escrevo! 
Escrevo. 
E não me importa nada se errei no passado, se vou errar no futuro, porque no presente estou a viver. 
E vivo. 
Repito-me e volto a repetir... 
Vivo. 
Hoje o meu estado de espírito é este. 
O meu estado de espírito varia...mas este sou eu! 
Sou assim! 
Aceito-me como sou e quem me quiser entenderá um dia que nada nem ninguém nunca me poderá mudar. 
Nem eu me consigo mudar a mim próprio. 
Devaneios de um ser humano em turbilhão constante... 
Nem mais nem menos. 





quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Largas á vida

Volta a vontade. 
O bichinho da escrita nao adormece e nao se contenta em ficar sossegado nos meus dedos. 
Por vezes nao vemos. 
Ás vezes parece que vamos ficar loucos porque nao vemos, ou nao queremos ver, que tudo passa. 
Eu queria dizer que está a passar. 
Posso dize-lo. 
A alma retorna aos poucos e a vida retoma o seu ritmo normal e pacato de outros tempos nao muito distantes. 
Os amigos ajudam nessa transição... 
Estão presentes e são um pilar de sustentação precioso. 
Tenho amizades que apesar de recentes são sinceras. 
Acredito que preciso dessas pessoas, almas tao ou mais sofridas que eu, para abrir os olhos e ver que nao preciso de me culpar de nada. 
Não preciso carregar uma culpa que não é minha. 
Olho para mim e para o passado e sei que nao fui perfeito. 
Não fui e nunca serei... Tenho defeitos. 
Ei-de continuar a te-los. 
A minha impulsividade e radicalismo sempre hão-de me acompanhar e sei que talvez tenha sido ai o meu erro. 
Mas não acredito que a minha culpa seja tão grande e pesada que não se possa desvanecer com o tempo. 
E não aceito essa culpa. 
Tambem não quero culpar a outra parte. 
Apesar de os motivos nao interessarem para nada sei que eles devem ter existido para a outra parte, e, para ser franco, não quero mesmo saber a verdade desses motivos. 
Prefiro viver na ignorancia. 
Estou vazio. 
Agora é o momento em que tudo o que vier por bem eu vou deixar entrar para que este espaço que existe no peito vazio volte a ser um coração pulsante e vibrante. 
Agora é o momento em que tudo volta a fazer sentido. 
Agora é o momento em que quero ajuda. 
Agora é o momento em que nao me quero sentir perdido e desfeito. 
Agora é o momento em que jamais me sentirei culpado. 
Estes ultimos dias têm sido como um elixir de calma e tranquilidade em que deixei de pensar. 
Deixei que o pensamento corresse vago e livre sem o forçar a pensar no que de mau aconteceu. 
E no fim destes dias o que sobrou foi um espaço. Um ponto. 
Uma pedra sobre o assunto. 
Deito-me hoje sem pesos nem pressões. 
Amanha levanto-me e sei que amanha será, novamente, o primeiro dia do resto da minha curta e efemera existencia. 
existe ainda um caminho a percorrer é certo mas.... 
Volto a dar largas á vida. 



sábado, 20 de novembro de 2010

Complexo

O que se faz quando...quando nao sabemos o que fazer? 
Melhor.... 
O que se faz quando sabemos que estamos errados, sabemos que não estamos bem, e sabemos o que temos de fazer mas acabamos a fazer precisamente o contrario? 
Questiono-me sobre tanta coisa neste momento. 
Tenho o peito frio, gelado. 
Tento ofuscar o que sinto com sorrisos de engano. 
Não sei o que fazer... 
Não sei o que fazer... 
Sinto-me tão, mas tão perdido.... 
Sinto-me como se já não houvesse mais nada. 
Estou só....porque quero. 
Tenho tantas cicatrizes. 
Olho para elas e vejo marcas tão severas e profundas.... 
Não estou a ser bom para mim nem para os outros...estou distante e cruel... 
Mas não quero estar com ninguem. E ninguem entende isso. 
Dizem-me que preciso de ajuda. Mas eu não quero ajuda. 
Toda a minha vida eu tive de sobreviver á minha custa...ultrapassar as situações sozinho. 
Precisei de ajuda tantas vezes, mas nunca tive. 
E habituei-me. 
Não quero nada. Quero estar só. 
Isolo-me de tudo e todos porque quero. Porque preciso. 
Neste momento preciso. 
Estou errado? Eu sei que sim. 
Mas nao confio....não tenho coragem de confiar em mais ninguem. Esta cobardia da desconfiança encheu-me por completo. E acabo a magoar quem nao merece. Quem me quer bem. 
Entendam-me. Sou complicado, sou dificil, sou complexo como uma equação em que o resultado é simples mas o seu cálculo é demorado. 
Quero a companhia de quem escolho, não a que me é imposta. 
Não...Não sou egoista nem oportunista....mas entendam-me, estou habituado a sofrer sozinho e a ultrapassar sozinho, a resolver sozinho. 
Não quero magoar ninguem, embora o esteja a fazer eu sei... 
Este será o meu ultimo post neste blog durante uns tempos. 
Quero me isolar um pouco. 
Quero repensar o meu viver e o meu destino. 
Quando a vontade de escrever voltar a florir cá voltarei. 
Mas por uns tempos....fico por aqui. 
A quem me lê, a quem me sente, ama , odeia.... 
Obrigado por tudo mas, entendam-me, preciso disto, desta solução temporária, mas necessária, para me recompor e me curar. 
Adoro-vos a todos os que me deram carinho e apoio...nunca terei palavras que agradeçam aquelas que me escreveram em todos os meus posts. 
Existem palavras que nunca vos direi (sim estou a lembrar-me do filme) e deixo-vos uma das orações mais bonitas que já ouvi. 
Até um dia... Breve...espero eu.... 



P.S.- Thank you ES for the video.... Sorry....


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Barbaridades

Quero escrever. 
Quero escrever a desilusão, a dor, as lágrimas, o peso que me acorrenta. 
Não tenho palavras...pelo contrario tenho lágrimas que me escorrem pela face e me dilaceram o rosto, me matam. 
Morro como me conheço. 
Hoje por teimosia minha morro mais um pouco. 
Auto mutilo-me por pensar que poderia haver um retorno. 
Tento, não alcanço. 
Abro e mostro tudo o que tenho para que? 
Para que? 
Só quero fugir 
Só quero desaparecer 
Esqueço as pontuações e a maneira correcta de escrever e deixo-me ir 
Não quero saber mais disto. 
Não posso continuar assim sem sentido. 
Onde está o meu erro, questiono eu a mim próprio... 
Por querer? Por querer estar mais? 
Por querer ser mais? 
Amar demais? 
O amor é uma merda! 
Só existe para dar cabo da nossa sanidade... 
Escrevo barbaridades eu sei...Vão dizer-me que não pode ser assim..que tudo passa, que tudo se resolve... 
Não. 
Não aceito argumentos assim hoje 
Não quero aceitá-los 
Hoje posso fazer o luto. 
Hoje posso ter tudo e nada. 
Mas prefiro ter o meu nada. 
A constatação da realidade ultrapassa qualquer sentimento. 
As realidades são inimigas do sentimento. 
Hoje tive o desvendar e o desfecho da dura e dolorosa realidade. 
Estou a fechar. 
Vou fechar. 
Acabou.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Point of no return...

Sempre temos algo que nos incomoda.
Sinto-me incomodado, sempre, com algo que falta, com algo que fica por dizer.
Não deviam existir despedidas.
Mas o que é certo é que se elas não existem ficamos sempre com a sensação de que falta algo...
O pior é que ás vezes não é só a sensação...
Temos certezas de que algo ficou por dizer, fazer, querer.
É um sentimento tão ambíguo e inútil que destrói a confiança e ao mesmo tempo torna-a mais forte.
Confiamos que, por não haver uma despedida, as coisas podem se resolver, podem voltar ao que era, podem retornar a um ponto que jamais terá retorno.
Mas no fundo essa confiança desfaz-se num ápice quando já não há nada para dizer, quando já não existe o que sentir, quando não existe abertura de espírito para acolher uma palavra ou beijo de adeus...por mais que ele custe.
E isso incomoda muito.
Ficamos frios.
Gelados.
É fácil olharmos para nós próprios e pensarmos que não há necessidade de uma despedida.
Ficamos sem alma nem coração porque ele fica preso a essa despedida eterna que não existiu.
E vemos que afinal precisamos disso mesmo.
Da palavra proibida que não queremos mas necessitamos ouvir...
Adeus.
Ás vezes quem não tem a coragem de o fazer connosco não vê o que está ali, bem ali, à vista desarmada...
A indecisão, a incerteza, a certeza, a esperança... Uma resolução final.
E neste interregno de emoçoes vamos seguindo sempre com o coração onde não devemos...
Ficou preso.
Acorrentado.
Parado.
E só quando conseguimos voltar lá atrás e esquecemos a necessidade do adeus ele se liberta e volta para nós...sofrido....magoado....mas mais forte pela luta contra as correntes.
Eu queria pensar que não preciso de uma despedida.
Não a tive.
Não vi nos olhos de quem nao disse adeus se era verdade aquele sentimento ou não....
Apenas consegui sentir na sua voz a verdade do que queria dizer e não disse.
Queria ter olhado mais uma vez.
Queria ter beijado na face pela ultima vez.
Mas não.
Digo adeus ao vento...pode ser que pelo menos assim chegue ao destino e seja feita a despedida que eu preciso para desacorrentar a minha alma e o meu coração.
Preciso destes dois para seguir em frente.... fazem-me falta para retornar a mim proprio, ao que era e sou mas que neste momento não tem alma nem coração.
Amei-te. Amo-te. Não quero mais te Amar.
Adeus.



domingo, 14 de novembro de 2010

Excepções....

Ontem falava com uma recente amizade numa tarde fria e ventosa junto ao rio e houve uma frase dita por mim que, mesmo tendo sido dita por mim, ficou a ecoar no pensamento. 
"Quando, finalmente, estava bem...Entra uma pessoa na minha vida que ...." 
Não foi exactamente com as palavras exactas mas teve exactamente o mesmo significado. 
Na vida vemos acontecimentos e situações que nos magoam e fazem-nos acreditar que nunca iremos cometer certos erros ou nunca abriremos excepções que nos magoem. 
Uma grande mentira. 
Mentimos a nós proprios nesse pensamento. 
Quando á um ano e meio resolvi virar a minha vida do avesso sabia bem o que estava a fazer e jurei a mim proprio que nao haveria de cair na mesma asneira, que nunca mais voltaria a acreditar piamente na frase "eu amo-te." 
Mas a verdade é que o fiz. 
Abri uma pesada excepção á minha propria regra. 
Lutei um ano e meio para ficar bem comigo mesmo, com a minha auto-confiança, auto-estima, amor proprio. 
E consegui! 
Mas, finalmente, quando estava bem, quando pensei para comigo proprio que estava a fazer e a sentir tudo da maneira correcta, quando acreditei finalmente que estava em paz, que já nao tinha assim tanto medo da solidão e de estar sozinho, eis que, abro uma excepção. 
E abro uma excepção para me magoar. 
Abro caminho para a desilusão e para um tipo de solidão que até agora desconhecia. 
Mas hoje escrevo por estar calmo, sereno e me ter apercebido que afinal, ao contrario do que esperava, está a passar, esta a ficar mais leve o fardo, estou a criar uma espécie de auto imunidade ao sofrimento. 
Ou talvez esteja a ganhar a consciencia de que afinal de contas aquela pessoa nao merece que eu esteja aqui a sofrer pois nao teve problemas em magoar. 
Não estou a criticar atitudes...estou a constatar factos. 
E a minha conversa ontem, apesar de ser normal e comum entre amigos, deixou-me esta impressão de que estou a recuperar e a seguir em frente. 
Mais forte. 
Mais confiante. 
A recuperar para um dia, quem sabe, voltar a abrir uma excepção novamente...