quinta-feira, 28 de outubro de 2010

31...

Perspectivas de vida... 
Depois de um dia extenuante em que as mãos doem e os braços pesam, ao fumar um dos ultimos pregos para o caixão do dia encontro-me a pensar no meu ultimo ano. 
E dou comigo a avaliar e a rever este ano na minha mente sozinho enquanto lá fora na varanda o frio teima em me fazer tremer. 
Mais um ano que passou. 
Mais um em que deixei passar tantas oportunidades e agarrei outras. 
Más escolhas e boas escolhas. 
Bons motivos...outros nem por isso. 
Mas vivi os meus trinta intensamente....em todas as vertentes. 
Embora, para ser franco, não esperasse que na recta final dos 30 para os 31 acontecesse uma ou outra situação inesperada. 
Quero mudar. 
Entenda-se, não a minha maneira de ser... 
Quero mudar situações que tenho a noção de estarem bem de mais e más outro tanto. 
Que ano louco.... 
Eu que sempre disse que nunca chegaria aos 30 e agora vejo-me a passar as memorias de um ano em que tudo foi diferente, em que pude ter tantas experiencias novas, em que me melindrei noutras mais infelizes, em que vivi sem pensar no dia de amanha e em que pensei no futuro tantas vezes. 
Tive boas surpresas, excelentes algumas, e outras que poderiam bem ter passado ao lado. 
Mas não me arrependo de nada. 
Não trocava tudo o que tive este ano por nada no mundo... 
Os amigos que fiz, os convivios que tive, as conversas sinceras, tudo o que de novo provei, ouvi, senti, toquei. O amor. A conquista. A perda. 
Algo mudou em mim neste ano. 
Tudo me foi moldando e toldando a minha personalidade, maneira de ver as coisas...fui crescendo mais um pouco todos os dias. 
Tenho muito ainda para viver....vou faze-lo ainda mais intensamente! 
31.... and still counting.....I can bend but i will not break!!! 



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Até esquecer.

Visitar. Ver. Sentir.
Visitam-se lugares que por mais cravados que estejam nos nosso hábitos regulares, por vezes, temos de o deixar de fazer por uns tempos.
Custou-me hoje ir tomar café ao meu cantinho....
Não ia lá à umas boas semanas (agora fica mais fora de mão) e hoje decidi lá ir para espairecer e terminar o dia.
Foi um erro.
Desde o momento em que me sentei até sair passaram imagens que estão gravadas na memoria e foi penoso...
Fui abaixo.
Tenho de aprender que, pelo menos por agora, tenho de abster de determinados sitios e lugares...
Até esquecer....



Westlife - Soledad

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Não sei de amor senão....

Não sei de amor senão o amor perdido 
O amor que só se tem de nunca o ter 
Procuro em cada corpo o nunca tido 
E é esse que não pára de doer 
Não sei de amor senão o amor ferido 
De tanto te encontrar e te perder. 

Não sei de amor senão o ter tido 
Teu corpo que não cesso de perder 
Nem de outro modo sei se tem sentido 
Este amor que só vive de não ter 
O teu corpo que é meu porque perdido 
Não sei de amor senão esse doer. 

Não sei de amor senão esse perder 
Teu corpo tão sem ti e nunca tido 
Para sempre só meu de nunca o ter 
Teu corpo que me dói no corpo ferido 
Onde não deixou nunca de doer 
Não sei de amor senão o Amor perdido. 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Já não estás...

Deixo-te estas linhas enganado-me ao pensar que nunca as lerás...
Sabendo que já os teus lábios um dia repousarão nos lábios que já nao serão os meus.
Que o teu corpo repousará nos braços que não os meus.
O meu amor para ti jamais acabará...nunca...
Ainda que eu em vão busque sossego em milhões de outros braços,
Dentro do meu peito jamais voltará a haver tranquilidade,
Pois nao será o teu peito, os teus olhos que cheios de ternura me olhavam em silencio, o meu amparo.
Já não estás....
Continua o teu caminho e sê muito feliz.
H.M.M.G.


Flashback

Hoje tive a sensação de estar a voltar no tempo.
Ouvi musicas que já não ouvia e faziam parte de mim na minha juventude.
Um flashback intenso, alegre e, com algumas musicas, doloroso.
Mas foi muito bom lembrar-me de coisas e acontecimentos que a memoria ja quase tinha esquecido.
Como do dia em que quis voltar a Lisboa e com 18 anos vi-me perdido com uma mão á frente e outra atrás sem nada.
Mas também recordo o nascimento do meu primeiro filho, o Eduardo.
Foi para mim um momento tão marcante que ainda hoje me lembro do que senti quando peguei nele pela primeira vez acabadinho de nascer...
Como aquele ser tão pequeno me causou sensações e sentimentos tão profundos.
E hoje ao ouvir algumas musicas lembrei-me do que de melhor e de pior aconteceu na minha vida.
Eu tinha gostos por musica clássica e instrumental.
Tinha uma colecção extensa e imensa de cd´s e cd´s de musica de filmes, clássica, instrumental e não só.... e adorava aquelas musicas todas!
Perdi essa colecção imensa numa mudança de residência em que lhes perdi completamente o rasto mas ficou na memoria a maior parte das melodias, pese o facto de actualmente eu não me lembrar de metade do nome das mesmas....
Mas por vezes ainda apanho nos meus caminhos online algumas que recordo e adoro.
Hoje foi um desses dias em que na hora de almoço encontrei a minha predilecta e que tem um significado para mim tão pessoal e intimo que para mim simplesmente fica guardado não sendo partilhado aqui.
Mas fica a musica que apesar de melancólica e triste é daquelas musicas que nos tocam a alma e o espirito tal é a beleza dos vocais bem como a instrumentação e orquestração conseguidas...

domingo, 24 de outubro de 2010

Por um caminho....




Por um caminho à noite caminhava. 
Caminhava de noite sem sentido e 
pela própria cadência era levado. 
Caminhava movido por um ritmo, a musica interior que mais ninguém ouvia. 
Caminhava de noite e não sabia sequer o rumo e o sentido. 
Nem a rosa dos ventos e os pontos cardeais, nem Cruzeiro do Sul nem estrela. 
Caminhava por caminhar. 
Apenas por um intimo impulso, um movimento irreprimível do seu próprio pensamento. 
Ou nem sequer. 
Talvez não fosse senão a própria marcha. 
Um corpo avante. 
Um corpo em seu mistério caminhante, não mais que um corpo em marcha no caminho... 
Ninguém sabe ao certo se perdido.... 
E só se ouvia o som do seu arfar. 
E não havia aliás outro sentido...senão o de caminhar por caminhar. 


Incomodo?

Sinto-me com a veia afiada.
Vontade de disparar em todas as direcções sem me importar com o que escrevo.
Talvez não o devesse fazer porque sou incómodo quando o faço...
Retratam-me como se fosse um monstro, troglodita, mercenário, egoísta, presunçoso, infantil e, uma série de outras coisas mais, quando escrevo.
Tenho consciência de que tenho ferido susceptibilidades e personalidades muito diferentes da minha em relação ao meu hábito de escrever e deixar palavras soltas no ar, mas, nunca deixarei de o fazer.
Nunca deixarei que me amordacem o espírito, a liberdade que é só minha de expressão.
É um atentado à inteligência humana a opressão de valores estabelecidos na nossa individualidade própria.
Acredito que, por vezes, quando escrevo sou directo nas palavras e que muitas vezes quem lê se reveja no que escrevo mas nunca o fiz com intenções direccionadas directa e explicitamente a alguém ou acontecimento especifico que pudesse delatar a individualidade própria de quem descrevo.
Mas nem sempre certas mentes entendem isso.
Não estou a criticar.
Estou a constatar um facto.
Criticar uma mente ou atitude perante a vida seria um pecado tremendo contra a personalidade e inteligencia.
Mas acho curioso.
É curioso que, não divulgando nomes explicitamente, as pessoas que se reveem no que escrevo me peçam para que não o faça.
Hoje estive alguns momentos a rever e a reler tudo o que escrevi ultimamente.
Não retiro uma virgula.
Nunca o farei.
Como pessoa sou autónomo e tenho a liberdade de escrever tudo o que eu quiser sem que explicitamente descreva alguém ou alguma situação que envolva directamente o revelar explicito da pessoa que nela participou ou participa.
Tenho inteligência suficiente, repito, suficiente, para não o fazer.
A liberdade de expressão está instituída há demasiado tempo para que eu nao possa usufruir dela.
Se alguém se revê naquilo que escrevo nada posso fazer.
As pessoas revêm-se naquilo que bem lhes apraz.
Se se sentem incomodadas com determinado texto ou situação mesmo que nao sendo explicito algo que diga directamente que são elas, novamente, nada posso fazer contra ou a favor disso.
A grande maioria do que escrevo aqui são pensamentos pessoais e particulares meus.
São palavras soltas que não visam atingir ou denegrir ninguém, no geral e especificamente inclusive.
Em conversa com um amigo ficou bem saliente que quando escrevo incomodo.
Não sei a quem (e não pretendo saber) mas incomodo.
É triste saber que certas pessoas são tão egocêntricas que pensam que o mundo gira á sua volta e que o que escrevo tem a ver com elas.
Pois...tenho novidades....
Não gira.
Existe muito mais do que isso na vida.

Na Proxima Vida

Na minha próxima vida quero vivê-la de trás para a frente.
Começar morto para despachar logo esse assunto.
Depois acordar num lar de idosos e sentir-me melhor a cada dia que passa.
Ser expulso porque estou demasiado saudável, receber a pensão e começar a trabalhar, receber logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar 40 anos até ser novo o suficiente para gozar a reforma.
Divertir-me, embebedar-me e ser de uma forma geral promíscuo, e depois estar pronto para o liceu.
Em seguida a primária, fica-se criança e brinca-se.
Não temos responsabilidades e ficamos um bébé até nascermos.
Por fim, passamos 9 meses a flutuar num spa de luxo com aquecimento central, serviço de quartos à descrição e um quarto maior de dia para dia e depois Voila!
Acaba como um orgasmo!!!!!!!
I rest my case.




‎"A minha Proxima Vida" Woody Allen

sábado, 23 de outubro de 2010

Inevitável!

É incrivel como nunca verdadeiramente conhecemos uma pessoa.
Achamos que sabemos como lidar, como interagir, como falar, como entender.
Mas não.
As surpresas acontecem e não há nada que possamos fazer.
É a natureza humana. Imutável.
Alguem sempre esconde algo.
Costumo dizer que somos 3 tipos de pessoas, e passo a enumerar:
1 - Nós somos aquilo que pensamos ser.
2 - Nós somos aquilo que os outros pensam que somos.
3 - Nós somos aquilo que por mais que tentemos esconder, REALMENTE somos.


No ponto 1 está aquilo que criamos para nós proprios na nossa mente e pensamento que nos faz pensar que até nem temos assim muitos defeitos ou coisas más, mas, que sempre tentamos esconder.
No ponto 2 está a ideia que os amigos, familia, colaboradores de trabalho e conhecidos têm de nós como pessoas. Muitas vezes agarramos-nos a isso como um refugio quando erramos e é quase como se fosse uma tábua de salvação em alto mar quando metemos o pé na argola!
No ponto 3 vem a situação mais complicada... A Realidade. É dificil lidar com a realidade. É dificil lidar com o facto de que quando estamos sozinhos connosco proprios e com o nosso intimo vemos realmente aquilo que somos. E não gostamos do que vemos. Vemos que criámos muros para nos proteger, que criámos situações menos boas porque temos mesmo um feitiozinho de M****.
A realidade é uma faca de dois gumes.
Tanto corta o bom como o mau.
E quando os que nos rodeiam se apercebem da realidade daquilo que nós somos descobrem-se as verdades, as mentiras, e as imagens que sao criadas fazendo com que o ponto 1 e 2 caiam por terra como castelos de areia.
Realmente nunca conseguimos conhecer as pessoas que nos rodeiam.
Existem teatros bem montados e encenados.
Mas, cuidado, até no melhor pano cai a nodoa....é a lei da vida e da convivencia em sociedade.
Inevitável!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Missing you....

"Hugo
Nos ultimos dias tens despertado em mim uma "confusão" de sentimentos que para ser sincera não as consigo explicar....
Posso dizer-te que estou bem e que se por um lado tenho um medo enorme de arriscar, por outro lado, apetece-me atirar de cabeça mesmo sabendo que poderei voltar a sofrer....
Gosto da tua maneira de ser, de pensar....da pessoa linda que és e sobretudo do grande Amigo que tens sido.
Adorei, sobretudo, o carinho com que "recebeste" os meus tesouros...
Nao quero ser na tua vida algo passageiro, pois sinceramente, nao tenho tempo para "passatempos".
Quero, independentemente de saber o que reserva o futuro, fazer tudo o que estiver ao meu alcance para te fazer feliz pois mereces.
Nao te quero prejudicar em nada na tua vida, apenas quero que tambem faças parte da minha....e partilhar contigo os bons e maus momentos....
Um beijo do tamanho do mundo e Obrigada por existires na minha vida. 

Um dia alguem me escreveu isto num postal que dizia que "As pessoas entram na nossa vida por acaso...mas nao é por acaso que elas permanecem!".
Amei e Amo essa pessoa desde o primeiro olhar, desde o primeiro toque, desde a primeira surpresa que foi esta....
Restam as memorias...Quiçá um dia olhe para tras e veja que a vida não é um teatro onde se encena um amor.... Sou real e assim permaneço na minha dor... Sigo em frente...dificilmente mas sigo em frente. 
Miss you.....

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Solidão Escondida

O Conforto da luz nada me conforta, pois a mais perfeita palavra ou sussurro surge na escuridão da noite, que me fortalece quando abarga meu ser com perguntas às quais descanso... pois nunca obterei resposta. 
Toco a minha mente e revelo o meu coração sem medo de não perceber. 
Numa sensação de vazio eis que surge clarificado na minha mente a reflexão que me permitiu criar a singela analogia do verdadeiro.
Tens todo o potencial para seres grande, e serás, acredito, mas nunca antes de te libertares de ti mesma, porque no fundo só tu te limitas e aprisionas.

No fundo tens medo.. és selvagem e livre não por opção mas porque te prendes a uma ideia. 
Não perderás nunca a tua alma por te entregares a alguém, medo de perderes a tua individualidade por gostares de alguém ou por demonstrares o que possas sentir?? 
Isso nunca ninguém te poderá tirar, é a tua essência, é pura, genuína e só tua!! 
Só tu te privas por não te dares a hipótese.. tu és realmente única e especial mas não te permites usar a tua grandiosidade em teu favor ou em prol de ti. 
Conhecer-te é como conhecer a mim mesmo, como a simetria perfeita de um espelho.

Dificil. 
Mas eu sou livre, não tenho medo de dizer gosto de ti ou fazer alguém sentir-se importante se realmente o é.. só posso lamentar não to ter dito ontem, fico feliz por dizer-to hoje, porque amanhã poderá ser tarde e viver com isso é demasiado penoso. 
Entregares-te a alguém não significa deixares de ser tu mesma, ou deixares de ter objectivos ou até mesmo deixares de fazer o que anseias. 
Partilhar um objectivo, um sentimento, um princípio, um ideal é criar um caminho para o realizares. 
Por muito que te convenças que atingirás tudo sozinha, no fundo, é ao abrigo e no conforto de um coração que obterás a maior força para o alcançares. 
Enfrenta-te e ousa fazer as verdadeiras perguntas. 
Hoje, encontrei a solidão escondida no fundo do ruído de uma multidão, fingindo-se acompanhada, falei com ela, fizemo-nos companhia e foi uma boa experiência conheci-me mais um pouco. 
Hoje decidi enfrentar os meus medos porque eles me acorrentam o corpo e a alma e não me deixam viver livre. 

Se me amam vivo no pânico de perder o amor... se não me amam choro o medo de não ser capaz de me deixar amar. Se falo receio que não me escutem e se me calo o silêncio acorrenta-me.. Chega de medos!! 
Quero acreditar que sou aquilo que penso, lutando pelos meus pensamentos. 

Quero ser simples como a ingenuidade de uma criança que pergunta sem medo, gostas de mim? 
Quero utilizar as palavras, escritas, faladas, pois estas têm o poder de ficar gravadas no coração. 
No meio de reflexões e analogias fico feliz porque hoje usei a minha liberdade para te tentar tocar, não sei se o consegui mas decidi não ceder ao medo mascarado de prudência.

Não baixei os braços mesmo estando perante uma pesada derrota!!
Continuo aqui.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Perdi.

Perdi.
Caramba. Porque?
Porque é que eu continuo a insistir em ser feliz se não é esse o meu destino?
Pura idiotice e estupidez da minha teimosia.
E estou tão mal sem ti hoje...Preciso de ti... Mas perdi.
Perdi a batalha e a guerra.
Falhei.
Falhei em querer algo que nunca terei....
Turn down the lights, turn down the bed
Turn down these voices, inside my head
Lay down with me, tell me no lies
Just hold me close, don't patronize
Don't patronize me
Chorus:
cause I can't make you love me if you don't
You can't make your heart feel something it won't
Here in the dark, in these final hours
I will lay down my heart and I'll feel the power
But you won't
No, you won't
And I can't make you love me, if you don't

I close my eyes, then I won't see
The love you don't feel, when you're holding me
Morning will come, and I'll do what's right
Just give me till then, to give up this fight
And I will give up this fight
Chorus
Ain't no use in you trying
You don't love me
Baby, ain't no use in you trying
If you don't love me
Ain't nothing I can do

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Automático....

Vagueio pelas ruas. 
O que procuro? Quem procuro? 
Nem eu sei. Nada nem ninguem. 
Simplesmente conduzo...muito...Penso. 
Penso tanto que a cabeça parece que gira numa montanha russa, num turbilhão de decisões. 
Embrenho-me em mim próprio. Encontro-me. 
Tão só como sempre estive. 
Vagueio sem ver o caminho, sem olhar, sem sentir...quase que como se um piloto automático toma-se conta dos meus movimentos e eu estivesse ali só para ter espaço e tempo para pensar. 
Tudo me vem á mente. Tudo. 
Não me contenho. 
As lágrimas correm pela face e eu nem as sinto..dou conta quando sinto o seu sabor nos meus lábios. 
Este transe emocional parece não ter sentido, não faz sentido. 
Tento despertar. 
Passo a mão pelos olhos e saio do automático. 
Estou longe. Perco o norte á posição, tenho de me orientar, voltar. 
Perdi o rumo e tenho medo. 
Medo de não voltar, de saber que nada me espera, e o nada é muito. 
Volto só. 
Volto sem emoção. 
Entrego-me ao que ainda tenho. Orgulhoso. Teimoso. 
Mas já não trago as lágrimas. 
Trago a revolta. 
Escrevo. 
Liberto-me. 
O corpo pede descanso e eu não dou, a mente pede paz e eu não quero, A alma pede conforto e eu nao tenho. 
Ferido, não tenho armas, não tenho força. 
Entrego-me ao que ainda sei que tenho. 
Convenço-me, numa auto-ajuda, de ainda sou bom naquilo que faço. 
Deve ser a única coisa que me resta de bom. 
Até quando o corpo já não conseguir mais. 
Quebrar e deixar de sentir. 
Agarro-me a isso. Bóia de salvação desesperada e inútil. 
Que me resta mais? 
O nada. 
E o nada...é muito.

domingo, 10 de outubro de 2010

Muros...

Porque me preocupar? 

Gostava de ter um pouco de paz na minha vida. 
Não que não a tenha de certa maneira mas queria ter aquela tranquilidade de ter tudo alinhado, resolvido, orientado. 
Sou demasiado permissivo em relação aos problemas, assumo este defeito sem reservas e acredito que acabo muitas vezes a prejudicar-me a mim próprio por causa disso mas, na minha maneira de pensar, nunca fui uma pessoa de criar conflitos e sempre tentei levar os problemas, desafios, situações e objectivos a bom porto sem querer me enervar e chatear. 
Dizem-me que sou muito calmo em relação ás coisas... nem sempre. 
Sou assim... que posso fazer em relação a isso? 
Mudar? 
Ninguem muda. 
Somos os que somos e como somos. 
Não adianta querer mudar de uma hora para a outra o feitio, a atitude, a maneira de estar na vida em relação aos problemas e situações. 
Mas, acredito que, possamos ao longo do tempo, dos anos, aprender a lidar com essas situações de maneira diferente. 
Mas mudar? Isso não acredito. 
Quando muito, quando alguem nos diz que mudámos muito, que estamos diferentes, acredito que simplesmente criamos "muros" para, inconscientemente, nos protegermos de algum modo para não voltarmos a passar determinada situação. 
Há pessoas que se tornam amargas apesar de, por dentro do muro, serem doces criaturas... outras criam a imagem perfeita da alegria quando, no fundo, choram constantemente por dentro... outras ainda disfarçam a necessidade de querer, de precisar de afecto, de carinho, criando uma imagem gélida de si perante os outros como se essa necessidade perante os outros as tornasse frágeis e atingíveis pela maldade. 
Então se sempre consegui resolver as situações sendo da maneira que sou porque tenho de mudar? 
Não tenho! 
Não tenho imagens criadas, nem oculto aquilo que sou. 
Sou eu próprio. 
Expludo quando perco o controle. 
Choro quando tenho de o fazer. 
Perco-me no riso quando realmente acho graça, piada. 
Assumo responsabilidades quando tenho condições para o fazer. 
Sou permissivo quando acho que a situação assim o exige. 
Não é crime nem vergonha dar o braço a torcer. 
Mesmo quando isso acontece muitas vezes. 
Mas não me escondo. 
Não dou conselhos quando os mesmo não servem para mim tambem. 
De qualquer modo porque me preocupar com isto se no fundo aqueles que me mandam abaixo com falsos moralismos e conselhos agressivos são tão falhos como eu e igualmente orgulhosos para aceitar uma critica? 
O pior cego é aquele que não quer ver.... Acho que toda a gente concorda com isso. 
Vejo tudo e todos. 
Sou um cego que vê mais do que o que devia embora por vezes não deixe transparecer a minha visão, não deixo que percebam que estou a observar tudo, que me apercebo das situações, que vejo a falsidade, que sinto o engano das palavras. Não permito que sintam que vejo. 
Porque? 
A seu tempo toda a falsidade e engano caem. Ninguem consegue fazer um teatro toda uma vida. Ninguem consegue esconder a sua essência, aquilo que realmente é durante muito tempo. 
Dou espaço para que se cometam excessos, para que se cometam e digam loucuras, para que no final de tudo eu, dentro da minha suposta cegueira "veja" tudo o que quero ver e preciso. 
Pode parecer que não estou a fazer sentido nenhum hoje naquilo que escrevo mas para mim estou a revelar, a avisar, a salientar, que não me preocupo quando me tentam enganar ou me tentam levar a ser aquilo que não sou. 
Não o permito. A ninguem. 
Quem realmente me conhece (e são muito poucos) sabe que tenho uma personalidade, feitio, maneira de ser tão vincada e forte que isso nunca poderia acontecer. 
Não me preocupa que falem de mim...falem. Falem muito. 
Eu por cá estou, na penumbra, a observar e a tirar as minhas conclusões enquanto falam sem se aperceberem que o "cego" está a "ver" e a "ouvir".

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Entre vulcões e tornados....

Hoje preciso de ti. 
Quero sentir o teu fogo, o teu cheiro, o teu toque , o teu amor. 
Nao sei o que tenho e nao tenho escrito nem sentido vontade de o fazer...mas hoje nao consigo resistir á vontade de escrever e despejar o que me vai na alma. 
Cada dia que passa mais vontade tenho de estar contigo. Entraste na minha vida como um furacão e foi como se um vulcao encontrasse um tornado! 
O teu fogo e a tua essencia bateram de frente com o meu vento e a minha imprevisibilidade e foi intenso a maneira como encaixámos, como embrenhamos bem fundo nos sentimentos. 
Nao consigo explicar por mais que tente o que apenas consigo sentir dentro do peito que ferve e treme quando te vê. 
Quando olho dentro dos teus olhos,... ahh esses teus olhos azuis que me amedrontam e me fazem ter a força de um leao... 
Nao lhes resisto quando me olham com carinho, quando entram dentro de mim como lanças que me matam a vontade de desistir em certas alturas... 
Sei que já disse coisas que nao estavam certas e por vezes duvidei e desacreditei do teu amor mas... neste momento sei que és assim. Intensa. 
Pela primeira vez na vida olho para alguem que nao consigo conhecer ao primeiro relance de olhar, que nao consingo entender á primeira palavra, que nao conheço á primeira atitude... e adoro! 
Pela primeira vez estou a descobrir o que é descobrir todos os dias a pessoa que amo sem cair na monotonia... E quero mais! 
Surpreendes-me a cada respirar, a cada olhar, a cada ideia, a cada movimento e quando penso que já te conheço, enfim, só me estou a enganar... Nunca te vou conhecer profundamente...nao quero! 
Quero saber algo novo de ti a cada dia que passa, quero saber que no dia seguinte algo novo vai despontar em mim o desejo de te amar ainda mais e de te querer ainda mais ... 
Nao sei o que tenho hoje mas uma coisa tenho em mente e sei seguramente... se desapareceres da minha vida por algum motivo, razao ou acontecimento, nunca mais serei o mesmo homem e nunca mais verei a vida como vejo atraves de ti, através dos teus olhos que tanto abrem os meus e tanto me ensinam... 
Amo-te incondicionalmente... Sei que já o disse tanta vez mas... hoje para mim, neste momento, é como se fosse a primeira vez que o digo.... Hoje nao sei porque mas tem um significado ainda mais especial...