sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Base e Alegria

Ao longo destes ultimos tempos tenho sido chato...Impossivel de aturar no minimo.
Tenho sofrido pela falta de um alguem que não interessa agora falar e que, a bom porto e sendo verdadeiro estou a ultrapassar numa nova fase.
Não é por isso que escrevo hoje.
E hoje escrevo com os pés mais assentes na terra fresca da realidade.
A mesma força que tenho nas palavras continua, continuará sempre que escrevo e acredito que nem sempre é fácil entender-me e perceber-me.
Mas quero entender como é possível que certas pessoas vivam mentiras absolutas e durmam bem consigo próprias à noite.
No fundo a questão que coloco é: Será que acreditam mesmo que vão conseguir encontrar o que procuram com uma perfeição tal e extrema que de tão imaculados que são ate fazem doer as vistas com tanto brilho?
Não consigo entender esta parte de alguns seres chamados de humanos.
E tenho pena.
(Sim...sei que a pena está mais presente no ser galináceo!)
Tenho pena porque acredito, pela lógica, que as máscaras criadas desfazem-se mais cedo ou mais tarde, exactamente por terem sido "criadas", "fabricadas", "alimentadas" e "incentivadas" por uma personalidade fraca e inútil para esconder o seu próprio erro, a sua própria fragilidade.
O que quero dizer com isto?
Que vivemos rodeados de coisas boas e más e aquelas assim-assim.
Refiro-me claro ás pessoas.
E o que caracteriza uma pessoa assim-assim?
Uma pessoa assim-assim, a meu ver, na minha opinião (enfâse em que é a minha OPINIÃO), é aquela pessoa que vive iludida consigo própria.
É aquela pessoa que acha que a sua vidinha cravejada por aparências e enganos dissimulados é perfeita.
É aquela pessoa que todos que a conhecem são capazes de colocar a mão no fogo em qualquer circunstancia porque aquilo que ela demonstra aos outros não é aquilo que realmente é.
É aquela pessoa que experimenta um sem fim de hipóteses na sua luta em desespero por uma alma perfeita mas que nunca encontra porque sempre existe algo que não é perfeito, sempre existe um defeito.
É aquela pessoa que infelizmente é triste por dentro.
Mas não uma tristeza de dor e falta de amor, antes uma tristeza profunda e latente que bem lá no fundo mora abafada por toneladas de "base" e "alegria" q.b. para que não se note.
É a(o) melhor amiga(o) de toda a gente e mais alguem mas no fundo está sozinha na vida, no seu quarto, na sua casa à noite numa solidão interminável pois tudo aquilo que constrói com sorrisos e palavras de carinho falsas acaba a destruir pouco tempo depois com frieza e distancia.
É triste....
O pior de tudo para mim até nem são as coisas descritas acima.
O pior de tudo é que estas pessoas conseguem (algumas) criar tão bem, mas tão bem o seu pequeno mundo particular, o seu teatro está tão bem ensaiado e coreografado que são capazes de vive-lo anos e anos a fio ao ponto de acreditarem com tanta convicção e tão intrinsecamente que são felizes assim que nesse seu mundo, para elas, nada pode dar errado.
Que não existe, nem pode existir, imperfeição.
Mas quando um dia a ficha cair, e a cabeça bater na parede vão perceber que nesta vida, ou noutra qualquer, a vida é imperfeita.
Não existem amores perfeitos.
Não existem vidas perfeitas.
Não existem corpos perfeitos.
Não existem Almas perfeitas.
Aprendam...nada nesta vida é perfeito.
E enquanto não conseguirem perceber isso....podem viver toda uma vida fútil e inútil sem se darem conta de que o que fazem influencia directamente e exclusivamente a quem magoam com suas atitudes e enganos.
Hoje escrevo um pouco mais severamente e quiçá um pouco agreste.
Não escrevo para ninguem em especial embora saiba que em algum momento alguem se vai rever nestas palavras e se vai sentir terrivelmente ofendida(o).
Temos pena.
A carapuça há-de servir a quem a quiser usar.
A mim ninguem me pode amordaçar.

1 comentário:

Ísis disse...

Adorei! Está fantástico.