quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Efémero

Porque não é fácil escrever o que nos vai na mente por vezes...
Porque não é fácil dizer o mais correcto...
Porque os pensamentos passam a uma velocidade estonteante na minha cabeça...
E porque eu não paro ...
Simplesmente não paro.
Queria parar.
Por um momento, por um segundo, por uma vida....
Surgem faces e memorias em cada pensamento
O abraço
O sorrir 
O beijar
Eternamente me recordarei de tudo com que a vida me presenteou e retirou.
Eternamente ficarei nesta dormência absoluta por algo que não tive ou não quis ter.
Carregarei este fardo por um momento
O momento de um pensamento
As musicas, imagens, acontecimentos
O toque, o sabor, o calor
Um olhar, um sinal
Por mais ténue que tenham sido estes sinais que toda uma vida envolveram
E todo um coração despedaçaram
Tudo gravado ficou em toda uma altura 
Que nunca precisei encontrar a tempo
Mas que fugaz fugiu 
Mas que solidão deixou
Neste escrito amargura que transparece 
Numa escrita melancólica e tácita que nunca me abandonou 
Desde que amo a produção da minha mente 
Efémero o sentimento 
Permanente o recordar 
Da vida que me escorre pelas mãos como grãos da mais fina areia 
Vida que não controlo e que não consigo dominar em acontecimentos 
Efémero
Serei eu efémero no coração alheio?
Serei eu efémero no teu coração?
Respostas pertinentes 
Que nunca respondidas serão 
Mas que para sempre saberei 
Como ecoam dentro da tua razão.

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