quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Segundo 34...

Permaneço na noite. 
Divago em mil pensamentos e o sono nao chega para me atordoar, me acorrentar ao descanso. 
Perduro. 
Lembro. 
Perco-me em afinidades com o meu interior. 
Carregado. Pesado. 
Até onde quero ir? 
Ecos de perguntas antes feitas e não respondidas ecoam no peito 
Os olhos pesam-me a alma e escurecem-se a cada bater do coração. 
Sonho em ter, sentir, viver... 
Sonho acordado, sonho iluminado, estou acordado. 
Até onde posso ir? 
Queria ter simplesmente uma vida, uma outra vida... Simples. 
Queria, Quero, Preciso! 
Palavras que o meu vocabulário não entende e não assimila. 
Escrevo sem fazer sentido até mesmo para mim próprio... 
Surpreendo-me ao pensar que nem sei porque escrevo no alvor da madrugada...Porque não estou acorrentado ao sossego e descanso do meu leito. 
Pobre iletrado que soletra palavras que a sua alma despeja e expulsa pelos dedos num qualquer teclado... 
Olho o relógio...Vejo ponteiros que se movem compassados e que me mostram os segundos de um passado e de um futuro. 
Não existe o presente neste momento. 
Ele passa à velocidade de um segundo. 
O segundo 34 de uma determinada hora marca o ponto final. 
O meu leito torna-se impaciente e grita pelo meu corpo cansado. 
Acedo ao seu desejo. 
E vou. 

Ponto.


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