terça-feira, 29 de março de 2011

Desconhecimentos...





Poucas pessoas me conhecem ao ponto de poderem dizer que me conhecem o intimo e o que cá dentro vai de mais perturbador e complexo.
Vou ser franco...nestes últimos dias, semanas, a vontade de escrever tem sido quase nula...inexistente até.
Mas hoje acordei com este bichinho a roer-me as entranhas, a maçar-me o espírito, a querer sair para fora do corpo e deixar-se a descoberto nestas linhas que tão bem me fazem.
Eu queria poder acreditar que em algum momento daqui para a frente as coisas vão mudar.
Gostava mesmo de acreditar piamente que voltei a ter o que um dia perdi.
Realmente preciso de saber que o futuro está à minha porta e que o que trás é aquilo que desejo.
Mas não posso saber isso.
Arrisco porque quero acreditar que se arriscar mais esta vez poderá ser a oportunidade que esperava.
Dou essa oportunidade a quem eu acredito que precisa ser feliz, a mim próprio, à vida.
Quando damos tudo o que temos, quando mostramos tudo o que somos, quando nos sentimos transparentes perante alguém, nada mais há a fazer senão esperar, acreditar, confiar.
Nem sempre este esforço de aguentar tudo e mais alguma coisa é recompensado, é certo, mas acredito que estou certo ao fazê-lo da maneira que faço...
Sendo eu próprio, mostrando as fraquezas e defeitos.
Fazendo brilhar a minha essência mesmo sabendo que posso não agradar a quem me vê como eu sou.
Existem momentos em que penso demasiado.
Teimosia em excesso de alguém habituado à lógica das coisas.
Poucas pessoas me conhecem verdadeiramente...
Sobram-me dedos em demasia numa mão se for contar...
Nem mesmo quem eu queria que me conhecesse profundamente o consegue.
A minha única alternativa a este desconhecimento é continuar a ser o que sempre fui.
Não entro a pés juntos.
Sinto-me bem e isso é notado apenas pelo meu olhar por quem se perde dentro dos meus olhos a conhecer o meu intimo.
Mas estou cauteloso, amedrontado, reservado.
Porque existem marcas.
Porque criei barreiras.
Quem não me conhece vai ler estas linhas e não vai perceber o verdadeiro significado.
Porque na minha complexidade extrema e lógica exacerbada poucos são os que vêem a minha alma desnuda e sabem o que sinto.
Poucas pessoas me conhecem o intimo.
Mas sei que quem me conhece bem saberá ver a simplicidade do que escrevo.
Porque de tão complexo que sou,
Mais simples não poderia ser.

1 comentário:

Anónimo disse...

a mestria está em dares-te a quem te conhece minimamente, e te aceita e a todos os que amas. senão o arriscar, o dar lugar à felicidade torna-se um tiro na cabeça... que te deita ainda mais abaixo do que já estiveste antes.

Mas para isso estão cá algumas pessoas, para te ir buscar lá abaixo... onde for preciso.

Um abraço apertado.