domingo, 24 de outubro de 2010

Por um caminho....




Por um caminho à noite caminhava. 
Caminhava de noite sem sentido e 
pela própria cadência era levado. 
Caminhava movido por um ritmo, a musica interior que mais ninguém ouvia. 
Caminhava de noite e não sabia sequer o rumo e o sentido. 
Nem a rosa dos ventos e os pontos cardeais, nem Cruzeiro do Sul nem estrela. 
Caminhava por caminhar. 
Apenas por um intimo impulso, um movimento irreprimível do seu próprio pensamento. 
Ou nem sequer. 
Talvez não fosse senão a própria marcha. 
Um corpo avante. 
Um corpo em seu mistério caminhante, não mais que um corpo em marcha no caminho... 
Ninguém sabe ao certo se perdido.... 
E só se ouvia o som do seu arfar. 
E não havia aliás outro sentido...senão o de caminhar por caminhar. 


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