segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Point of no return...

Sempre temos algo que nos incomoda.
Sinto-me incomodado, sempre, com algo que falta, com algo que fica por dizer.
Não deviam existir despedidas.
Mas o que é certo é que se elas não existem ficamos sempre com a sensação de que falta algo...
O pior é que ás vezes não é só a sensação...
Temos certezas de que algo ficou por dizer, fazer, querer.
É um sentimento tão ambíguo e inútil que destrói a confiança e ao mesmo tempo torna-a mais forte.
Confiamos que, por não haver uma despedida, as coisas podem se resolver, podem voltar ao que era, podem retornar a um ponto que jamais terá retorno.
Mas no fundo essa confiança desfaz-se num ápice quando já não há nada para dizer, quando já não existe o que sentir, quando não existe abertura de espírito para acolher uma palavra ou beijo de adeus...por mais que ele custe.
E isso incomoda muito.
Ficamos frios.
Gelados.
É fácil olharmos para nós próprios e pensarmos que não há necessidade de uma despedida.
Ficamos sem alma nem coração porque ele fica preso a essa despedida eterna que não existiu.
E vemos que afinal precisamos disso mesmo.
Da palavra proibida que não queremos mas necessitamos ouvir...
Adeus.
Ás vezes quem não tem a coragem de o fazer connosco não vê o que está ali, bem ali, à vista desarmada...
A indecisão, a incerteza, a certeza, a esperança... Uma resolução final.
E neste interregno de emoçoes vamos seguindo sempre com o coração onde não devemos...
Ficou preso.
Acorrentado.
Parado.
E só quando conseguimos voltar lá atrás e esquecemos a necessidade do adeus ele se liberta e volta para nós...sofrido....magoado....mas mais forte pela luta contra as correntes.
Eu queria pensar que não preciso de uma despedida.
Não a tive.
Não vi nos olhos de quem nao disse adeus se era verdade aquele sentimento ou não....
Apenas consegui sentir na sua voz a verdade do que queria dizer e não disse.
Queria ter olhado mais uma vez.
Queria ter beijado na face pela ultima vez.
Mas não.
Digo adeus ao vento...pode ser que pelo menos assim chegue ao destino e seja feita a despedida que eu preciso para desacorrentar a minha alma e o meu coração.
Preciso destes dois para seguir em frente.... fazem-me falta para retornar a mim proprio, ao que era e sou mas que neste momento não tem alma nem coração.
Amei-te. Amo-te. Não quero mais te Amar.
Adeus.



1 comentário:

Anónimo disse...

forte, imocionante, e triste nada deve ser deixado por dizer mas contudo as vezes é melhor nem dizer e muito menos ouvir porque a dor essa irá permanecer por muito e muito tempo, mas devemos seguir enfrente e tentarmos ser felizes...